sábado, 21 de agosto de 2010

A Arte Assíria

O espírito militar e guerreiro dos assírios se reflete em suas manifestações artísticas. A arte assíria é impressionante, sua arquitetura imponente e ornamentada




Os assírios viviam em terras que hoje fazem parte do norte do Iraque, cerca de mil anos antes de Cristo. Foram um povo guerreiro e na arte se dedicaram a glorificar seus reis e exércitos. O tipo de trabalho artístico mais característico era uma seqüência de painéis de pedra esculpidos com baixos-relevos representando cenas militares ou de caça. Este tipo de relevo narrativo, disposto em torno de salões governamentais ou pátios, é uma invenção assíria e constitui sua maior contribuição para o mundo da arte.

Eles esculpiam nas paredes dos palácios reais a história da constituição do seu Império, construído através de inúmeras guerras. Os relevos mostram os saques realizados nas cidades dominadas, as filas de deportados e cenas de soldados inimigos decapitados.


Detalhe de relevo assírio que mostra prisioneiros
de guerra sendo transportados como escravos.

Os escribas assírios acompanhavam os exércitos nas expedições e anotavam como a batalha se passava. No retorno, os artistas se baseavam nos escritos e produziam os relevos, que eram supervisionados e orientados pelo rei e seus secretários. “As paredes internas dos palácios eram de alabrastro, uma pedra macia e clara, o que facilitava a confecção da iconografia. As cores utilizadas nas obras originavam-se de pigmentos naturais e de minerais da Mesopotâmia”, complementa a pesquisadora Kátia Pozzer.

“A necessidade de contar em imagens o que se passou é específico dos assírios. Para mostrar sua bravura, eles esculpiam suas vitórias nas paredes dos palácios, que eram frequentados pela elite da época, formada por embaixadores e outros reis” afirma a pesquisadora Kátia Pozzer. Os assírios eram considerados o povo mais cruel. Eles conquistaram toda a Mesopotâmia e Babilônia. Kátia conta que através dos relevos verificou-se como os assírios inovaram na tecnologia: “os carros de guerra, por exemplo, tinham seis raios, o que os deixavam mais leves e velozes, e os tornavam vencedores de muitas guerras”.


Baixo-relevo originalmente colocado à entrada do palácio Dur Sharrukin.

Os reis assírios inovaram na representação de suas imagens quando passaram a associar símbolos religiosos e devoção aos deuses nos relevos e na estatutária deste período. Segundo a pesquisadora, fica evidente a relação entre guerra e religião: “toda conquista tinha uma justificativa religiosa. Os assírios assimilavam a guerra a uma luta contra as forças do mal. Para eles, o rei assírio era instrumento da justiça divina, sendo sempre bom e justo, enquanto o inimigo era mentiroso, mau e impuro”.

As esculturas de alívio descrevem as infinitas batalhas dos exércitos assírios; para o rei inevitavelmente, é mostrado triunfante em cima de todo o mundo que tinha ousado opor-se ao império poderoso.

Às vezes o rei é retratado num acentuando ritual de poderes religiosos dele, ou então ele aceita o tributo trazido pelas muitas pessoas do império. O rei poderia ser mostrado também como um caçador hábil que poderia despachar animais selvagens perigosos como leões e touros tão facilmente quanto ele pudesse conquistar os inimigos dele.


Detalhe de relevo assírio que mostra uma caçada.

Uma série notável de esculturas foi descoberta no palácio de Rei Ashurbanipal em Nínive. Este rei estava particularmente apaixonado por jogos esportivos, e os alívios magníficos mostram muitos aspectos de caças de leão como também caças de animais menos perigosos.

Os reis dos séculos IX e VIII empreenderam a construção de palácios suntuosos, cujos vestígios foram encontrados durante as escavações. Sargão II, que reinou entre 722 e 705 a.C., criou uma cidade de planta nova, Dur Sharrukin (atual Jorsabad), que estava rodeada por uma muralha com sete portas, três delas decoradas com relevos e tijolos vitrificados. No interior, erguia-se o palácio de Sargão, um grande templo, as residências e os templos menores. Seu filho e sucessor, Senaqueribe, que reinou entre os anos de 705 e 681 a.C., reconstruiu a antiga Nínive, trazendo água das montanhas para dentro da cidade através de um elaborado sistema de canais, e criando uma rede de ruas e praças. Mudou a capital para Nínive, onde construiu seu próprio palácio, o qual denominou “palácio sem rival”. Assurbanipal, que reinou entre 668 e 627 a.C., converteu a cidade de Nimrud (antiga Calah da Bíblia) em capital militar. Dentro de seus muros, encontravam-se a cidadela e as principais construções reais, como o palácio do noroeste, decorado com esculturas em relevo. Os assírios adornaram seus palácios com magníficos relevos esculturais. As escavações comprovam que as construções eram grandiosas e fartamente adornadas com pinturas e esculturas.


Relevo do palácio de Assurbanipal mostrando uma leoa ferida.

Os reis assírios construíram inúmeros palácios de madeira e tijolos sobre alicerces de pedra, decorados com relevos, estátuas metálicas, pinturas e esmaltes coloridos na parede. Pátios, salas, escadarias, corredores e jardins grandiosos e cheios de entrançamentos. Nos prédios haviam abóbadas, cúpulas e portas arqueadas ladeadas por grandes colunas. O zigurate, característico dos babilônicos e sumérios também foi empregado por eles.

A arte em menor escala também foi grandiosa em sua qualidade, leões e touros alados nos portões dos palácios. Porém as esculturas em relevo no interior das paredes são consideradas as melhores criações artísticas desse povo. A representação humana não era tão articulada quanto a da natureza e dos animais, entre eles gazelas, leões, asnos, cavalos, cães e aves são o que bastam para colocar os assírios entre os maiores artistas do mundo.

Fontes: Templo de Apolo / História do Mundo / www.ulbra.br / Portal São Francisco / Wikipédia / Blog Opinião Socialista / klick Educação / Site Casa Construção & Arquitetura


Leia também!

► Arte Mesopotâmica

► Arte Cita

► Arte Anatólia

► Arte Egípcia

2 comentários:

Prof. Michel Goulart disse...

Oi, Valter, quem sabe os assírios, neste sentido, influenciaram no conhecimento da história, no surgimento do maniqueísmo e até nos detalhes antropozoomórficos na representação dos deuses.

Muito legal o texto. Sou fã do teu blog.

Um grande abraço,
Prof_Michel
http://twitter.com/profmichel
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http://filmehistorico.blogspot.com

Fátima disse...

Que bárbaro!
Maravilhoso.
Parabéns!